A história da Patrística se distribui ao longo de mais ou menos oito séculos. Nela, costumam ser incluídos alguns autores que, embora não tenham preenchido o requisito de santidade de vida, foram importantes em seu desenvolvimento. No âmbito da Teologia, para designar esta época e estes autores, emprega-se o termo Patrologia. Assim, Patrística é o termo empregado pela filosofia e Patrologia, pela teologia.
Alguns autores podem ser muito importantes numa perspectiva, mas, nem tanto na outra. É neste sentido que não se pode falar propriamente de Patrística no primeiro século, já que os primeiros Padres não deram importância à filosofia. Os historiadores costumam dividir o desenvolvimento da Patrística em três etapas:
1) Formação: Das origens ao Concílio de Nicéia (325)
- Padres Apostólicos.
- Padres Apologistas.
- As Primeiras Escolas Cristãs.
2) Apogeu: De 325 até o Concílio da Calcedônia (451)
3) Decadência
- No Oriente: Até São João Damasceno (†749)
- No Ocidente: Até Santo Isidoro de Sevilha (†636)
A) Padres Apostólicos (Século I)
Essa designação deve-se a Jean Baptiste Cotelier (†1686), que denominou de Apostólicos os seguintes escritos:
- Epístola de Barnabé;
- Epístolas aos Coríntios de Clemente Romano;
- Sete Cartas de Santo Inácio de Antioquia;
- Carta aos Filipenses de São Policarpo de Esmirna;
- Pastor de Hermas (Hérmias);
- Mais tarde, foram acrescentados:
- Símbolo dos Apóstolos (Didakhé – Catecismo);
- II Epístola aos Coríntios de Clemente Romano;
- Escritos de Papías;
- Carta a Diognetes;
Em geral, os Padres Apostólicos não deram importância à filosofia ou viram-na negativamente. Especialmente, Hermas (O Pastor de Hérmias) e Clemente, em suas duas Cartas aos Coríntios.
B) Padres Apologistas (Século II)
Os Padres Apologistas sentiram a necessidade do uso da filosofia para defender as doutrinas cristãs contra os que as atacavam. Reconheciam a supremacia da verdade cristã, mas não recusaram o auxílio da filosofia para a sua defesa.
Principais autores:
- São Justino (†165);
- Santo Hipólito de Roma (†236);
- Quintus Septimius Florens Tertullianus – Tertuliano (†220).
Embora pertencentes a uma Escola Cristã, são também denominados de Apologistas os seguintes membros da Escola de Alexandria:
- Clemente de Alexandria ou Tito Flávio Clemente (†217)
- Orígenes de Alexandria ou Orígenes de Cesaréia ou Orígenes o Cristão (†253)
- Dionísio de Alexandria, Patriarca (†265)
- Santo Atanásio de Alexandria, Patriarca, Doutor da Igreja (†373).
C) Escolas Cristãs (Século II – VII)
C.1) Padres Orientais / Gregos
Escola de Alexandria
- Clemente de Alexandria ou Tito Flávio Clemente (†217)
- Orígenes de Alexandria ou Orígenes de Cesaréia ou Orígenes o Cristão (†253)
- Dionísio de Alexandria, Patriarca, chefe da Escola até o ano de 264 (†265)
- Santo Atanásio de Alexandria, Patriarca, Doutor da Igreja (†373).
Escola de Cesaréia da Palestina
- Orígenes de Alexandria ou Orígenes de Cesaréia ou Orígenes o Cristão, foi o fundador (†253)
- Gregório Taumaturgo (†270)
- São Pânfilo, presbítero (†309)
- Eusébio de Cesaréia, Pai da História da Igreja (†339)
- Nemésio de Emesa (†400).
Escola de Cesaréia da Capadócia
- São Basílio Magno, Arcebispo e Doutor da Igreja (†379)
- São Gregório de Nazianzo ou Nazianzeno, Patriarca de Constantinopla e Doutor da Igreja (†389)
- São Gregório de Nissa (†394)
Escola de Antioquia
- Teófilo de Antioquia, Patriarca (†186)
- São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla, Doutor da Igreja (†407)
- Teodoro de Mopsuéstia, bispo, também conhecido como Teodoro de Antioquia (†428)
- Vítor de Antioquia (viveu por volta do ano 500)
- Teodoreto de Ciro, bispo (†466)
- Afraates, o sábio, bispo, santo (†333)
- São João Damasceno, monge, Doutor da Igreja (†749)
C.2) Padres Ocidentais / Latinos
- Santo Ambrósio, Bispo de Milão, Doutor da Igreja (†397)
- São Jerônimo, Doutor da Igreja (†420)
- Santo Agostinho, Bispo de Hipona, Doutor da Igreja (†430)
- São Gregório Magno, Papa, Doutor da Igreja (†604)
- Santo Isidoro de Sevilha, Arcebispo, Doutor da Igreja (†636)
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