Ap 1,1-3
PRÓLOGO
1Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para comunicar a seus servos o que deve acontecer em breve, e que manifestou enviando seu anjo a seu servo João, 2o qual atestou como palavra de Deus e testemunho de Jesus Cristo tudo o que viu. 3Feliz quem lê e felizes os que ouvem estas palavras proféticas, se puserem em prática as coisas aí escritas, pois o tempo está próximo!
1-3. Neste prólogo é apresentado o conteúdo geral do livro, a sua autoridade e o efeito que se espera que produza em que o leia ou escute.
O conteúdo é a revelação feita por Jesus Cristo acerca do sentido do que está a suceder e do que acontecerá depois. A autoridade do livro, vem do seu autor, João: a ele foi comunicado, de forma sobrenatural, a revelação de Jesus Cristo, e ele dá testemunho com fidelidade de tudo o que viu. O livro tem como finalidade mover o leitor a preparar-se para o encontro definitivo com Cristo, guardando o que este escrito diz.
Estas revelações completam e atualizam a ação salvadora de Jesus em situações concretas que vive a Igreja. Quando tais revelações nos chegam por meio de um autor inspirado, possui valor universal, ou seja, são revelação pública e fazem parte da mensagem de salvação que Cristo encomendou aos seus apóstolos para que proclamassem por todo o mundo (Mt 28,18-20). Com a morte do último Apóstolo fica encerrada a Revelação divina pública (Dei Verbum, nº 4).
1. “Revelação de Jesus Cristo”: Revelação em grego diz-se apocalipses, e daí o nome do livro. A revelação implica sempre o desvelar algo que antes estava oculto; neste caso o que vai acontecer no futuro. Diz-se: “revelação de Jesus Cristo”, não só porque João a recebe por meio de Jesus Cristo, mas também porque nosso Senhor é o objeto principal, o princípio e o fim desta revelação.
“Em breve”: Quanto à prontidão com que tudo vai acontecer, há que ter em conta que a noção do tempo na Sagrada Escritura, e em especial no Apocalipse, não coincide exatamente com a nossa, pois tem um valor mais qualitativo que quantitativo. Neste sentido, podemos dizer, que “para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2Pd 3,8).
3. O Apocalipse é um convite urgente a tomar a sério a vida cristã, guardando fielmente quanto o Senhor quis mostrar-nos através dos escritos apostólicos, neste caso por meio de São João.
O livro é destinado, segundo parece, às reuniões litúrgicas, nas quais alguém lê e os outros escutam. Reflete assim, o lugar preferente da Sagrada Escritura, que é a Liturgia:
- “A Igreja sempre venerou a Sagrada Escritura, como o fez com o Corpo de Cristo… Na sagrada Liturgia nunca cessou de tomar e repartir aos fiéis o pão da vida que oferece a mesa da palavra de Deus de do Corpo de Cristo” (Dei Verbum, nº 21).
- E, “na celebração litúrgica, a importância da Sagrada Escritura. Pois dela, se tomam as leituras, que são explicadas na homilia, e os salmos que se cantam, as preces, orações e hinos litúrgicos, estão penetrados do seu espírito, e dela recebem o seu significado, com suas ações e sinais” (Sacrosanctum Concilium, nº 24).
Comente o que achou